O Governo com a bênção insistente do PSD prepara-se para portajar a A23, em toda a sua extensão. O Director Geral da concessionária da Auto Estrada da Beira Interior – SCUTVIAS declarou que “será inevitável a introdução de portagens na A23”, antevendo um negócio que passou a ser viável e muito lucrativo devido ao aumento significativo do tráfego.
Esta via é uma via decisiva na ligação da A1 a Espanha, e estruturante do ponto de vista regional, nacional e internacional.
A A23, tendo sido planeada e concebida como Itinerário Principal (IP6), deixou de ter alternativas rodoviárias na maior parte da sua extensão, desde Torres Novas à Guarda. Parte das Estradas Nacionais 3, 16, 18 e outras passaram para a mão dos municípios que lhes deram perfis urbanos.
A aplicação de portagens na A23 não só penalizaria a população, como criaria mais dificuldades ao já debilitado aparelho produtivo do Interior, designadamente nos Distritos de Santarém, Castelo Branco e Guarda.
Portajar a A23 implicaria o agravamento das consequências negativas para o tecido produtivo, para o crescimento populacional, para o desenvolvimento da actividade económica e criaria mais dificuldades de acessibilidades e mobilidade à população.
A reestruturação dos muitos serviços públicos, intermunicipais e do Estado, têm sido feitos num pressuposto da existência da A23 como via estruturante de acesso universal e gratuita. Como exemplo disso apontamos o Centro Hospitalar do Médio Tejo e mais recentemente os Agrupamentos de Centros de Saúde.
A Comissão de Utentes, as Juntas de Freguesia, os Executivos das Câmaras Municipais, as Assembleias Municipais e a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo estão a manifestar-se contra a introdução de portagens na A23.
Diga não às Parcerias Publico Privadas – um fardo para os contribuintes.
O Estado faz melhor e mais barato.
Sem alternativas, diga não ao pagamento de portagens.
Comissão de Utentes da A23 – Médio Tejo